quinta-feira, outubro 15, 2009

CIAC promove conferência sobre “O mundo contemporâneo nestes tempos interessantes”




“O mundo contemporâneo nestes tempos interessantes” é o mote para a conferência que irá ser proferida por António Pinto Ribeiro, da Fundação Calouste Gulbenkian, no próximo dia 17 de Outubro, pelas 16h00, na Biblioteca Municipal de Faro. Promovida pelo Centro de Investigação em Artes e Comunicação (CIAC) da Faculdade de Ciências Humanas e Socais da Universidade do Algarve, a conferência marca a abertura da pós-graduação em Gestão Cultural.

Segundo Mirian Tavares, coordenadora do CIAC, hoje fala-se muito sobre Arte Contemporânea, contemporaneidade, cultura global. Até que ponto sabemos exactamente o que é o contemporâneo e de que maneira a arte e a cultura são criadas e circulam dentro desta realidade? Ninguém melhor do que o conferencista convidado para tentar responder a estas questões. Além de programador cultural, António Pinto Ribeiro é também promotor cultural, trabalho que vem realizando através dos programas Gulbenkian que dirige há alguns anos e dos livros de ensaios que tem publicado.

No intuito de aprofundar o tema da cultura na contemporaneidade, Pinto Ribeiro escreveu o argumento do filme O Estado do Mundo. Segundo ele “temos de reconhecer que hoje não é concebível uma única síntese do Mundo, ainda que provisória. Os tempos de um universo como vontade e representação esgotaram-se, com o fim da história universal e de uma qualquer revolução global”. Assim “a complexidade daquilo que podemos, por facilidade, designar como o nosso mundo é tal, tanto em relação aos factos, como às relações ou aos seus intérpretes, que, só por ligeireza, alguém poderá reivindicar para ele uma imagem ou uma representação”.

Para dar corpo a suas ideias, Pinto Ribeiro, através de um programa da Gulbenkian, convidou seis realizadores, para que cada um fizesse uma reflexão sobre o seu mundo. O resultado apresenta-se num filme, O Estado do Mundo, composto por seis partes. Os realizadores são os seguintes: Apichatpong Weerasethakul (Tailândia) com "Luminous People", Vicente Ferraz (Brasil) com "Germano", Ayisha Abraham (Índia) com "One Way", Wang Bing (China) com "Brutality Factory", Pedro Costa (Portugal) com "Tarrafal" e Chantal Akerman (França) com "Tombée de Nuit sur Shangaï - Avril 2007".

No final da conferência será exibido este filme.

Sobre o orador:
António Pinto Ribeiro nasceu em Lisboa.

A sua formação académica foi feita nas áreas da Filosofia, Ciências da Comunicação e Estudos Culturais. É nestas áreas que tem desenvolvido o trabalho de investigação e de produção teórica publicado em revistas da especialidade. É professor-conferencista de várias universidades internacionais. A par da sua actividade de investigador e de professor tem tido uma prática de programação artística e de gestão cultural com a organização de vários programas, festivais e exposições nacionais e internacionais.

Foi director artístico da Culturgest (centro cultural em Lisboa) desde a sua criação, em 1992, até Abril de 2004. Foi programador geral do fórum cultural O Estado do Mundo (2006/2007) na Fundação Calouste Gulbenkian, coordenador do Programa Gulbenkian Criatividade e Criação Artística (2004-2008) e programador geral do Programa Gulbenkian Distância e Proximidade (2008). Actualmente coordena o Programa Gulbenkian Próximo Futuro, até 2011, e é consultor para as artes da Presidência do Governo Regional dos Açores/Direcção Regional da Cultura. Coordena a pós-graduação em Gestão Cultural da UALG.

Da sua obra publicada destacam-se: A Dança da Idade do Cinema (1991), Dança Temporariamente Contemporânea (1994), Por Exemplo a Cadeira – Ensaio Sobre as Artes do Corpo (1997), Corpo a Corpo - Sobre as Possibilidades e os Limites da Crítica (1997), Ser Feliz é Imoral? - Ensaios Sobre Cultura, Cidades e Distribuição (2000), Melancolia (romance, 2003), Abrigos - Condições das Cidades e Energia da Cultura (2004), À Procura de Escala (2009).

Sobre a pós-graduação em Gestão Cultural:
A Pós-Graduação em Gestão Cultural pretende formar profissionais qualificados em gestão, administração e mediação cultural, que possam trabalhar em papéis de liderança no âmbito público ou privado, tanto de projectos generalistas como em projectos mais específicos em diversos sectores, tais como: audiovisual, artes do espectáculo, serviços patrimoniais ou artes visuais.

Este curso permitirá uma melhor articulação entre a aprendizagem teórica nos campos tradicionais do saber e facilitará ainda o acesso à compreensão dos elementos que constituem a gestão cultural dentro da contemporaneidade. Pretende-se, com essa articulação, promover o desenvolvimento das competências necessárias para que os estudantes possam exercer como profissionais no âmbito da gestão cultural ou dedicar-se a investigação sobre este tema. O objectivo principal é proporcionar uma formação universitária com nível superior de exigência, tanto metodológico, como temático, sobre as tendências e percursos da gestão cultural na actualidade.

A pós-graduação tem a duração de um ano. O curso prevê um upgrade para um mestrado para todos os alunos que queiram fazer um segundo ano. Destina-se a detentores de um primeiro ciclo em Ciências Humanas e Sociais e em Artes. Esta pós-graduação responde ao desafio lançado à Universidade do Algarve pela Associação dos Gestores Culturais da região, pois não há, a sul do Tejo, nenhum curso que responda às suas necessidades.


Saudações Académicas.


Fonte:UAlg

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